Não são os atores nem tampouco as atrizes. O caso é que a peça Um dia, no Verão não engrena nem por decreto. É provável que seja o texto... pré-existencialista numa era pós-tudo. Embora o indíviduo seja a base do existencialismo parece não haver espaço para este tipo de aprisionamento em que o personagem de Silvia Buarque e Renata Sorrah se revezam. É uma dor incompleta, que não se deixa extravasar, mas não sei se pelo texto. Pode ser a direção. Talvez mais habituada ao cinema, Monique Gardenberg não tenha se afinado com o palco.
Os aplausos existiram ao final do espetáculo porque a crítica destruiu todos a exceção de Sorrah. Vários artigos debocharam da atuação de Silvia Buarque e de Gabriel Braga Nunes. Mas, repito, não são eles. Então, os aplausos, principalmente para quem pode ver o olhar de Silvia, pareceram de alívio, de compreensão.
No palco, tudo é sempre mais difícil.