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O que é um documentário?

sábado, janeiro 20, 2007

Babel bem poderia se chamar: Imperialismo

Não estava muito encorajada a ver o filme, porque não aprecie muito Amores Perros e não assiti, por isso mesmo, 21 gramas, mas também pelo que havia se apresentado como crítica. No entanto, ainda bem que não me detive a ela, em especial ao que escreveu o senhor Luiz Zanin Oricchio, de O Estado de São Paulo, que parece viver num mundo apolítico feito só para críticos de cinema que não enxergam um palmo à frente de suas narinas.

Babel, o filme de Alejando González Añárritu, bem que poderia se chamar: Imperialismo. Isto porque traz toda a desgraceira promovida pelos Estados Unidos. E, ao contrário do que dizem os críticos, a história do Japão serve muito bem como metáfora da grandeza frágil do império norte-americano e suas metrópoles parceiras-submissas. Mas para que mencionar tais coisas se em cabeça de crítico tudo pára na estética cinematrográfica?


Mencionamos a propósito de inspirar outros a assistirem ao filme. No México, no Marracos e no Japão, Iñarritu consegue fazer com que os dramas vividos pelos personagens sejam incorporados ao "Sabe com quem está falando?", uma espécie de subimperailismo à brasileira. Mas o drama da mexicana (atriz Adriana Barraza, aliás, magnífica no papel), foi - ao menos na minha sessão - a personagem-situação que mais comoveu a pláteia. Apesar do episódio gerador do incidente com a norte-americana ser fruto de uma imbecilidade, a cena lembra muito bem os acidentes com o jovens dos Estados Unidos, movidos por semelhantes irresponsabilidades.


A comoção gerada pela situação da mexicana e a maneira como é tratada pelos ´soldados' de fronteira indignaram a platéia, ao contrário do tiro que acerta Cate Blanchet e da paranóia que toma conta dos turistas e é ampliada na divulgação da imprensa sobre os possíveis ataques terroristas. Aliás, esta crítica secundária é ótima e evidencia mais uma vez o caráter anti-imperialista do filme.
Vale a pena assitir e não pelo que diz a crítica extraterrestre que habita nosso país, uma serviçal confusa dos Estados Unidos pela boca de uma imprensa oficialista.


Até mesmo o fato de usar Brad Pitt e Cate Blanchet para os papéis de quase-protagonistas pode fazer com que o filme seja visto por mais pessoas e ganhe o status de comercial, levando a crítica mais para adiante, ate o povão que não assitiria à película caso não estivessem presentes Pritt e Blanchet. É certo que o caráter massivo também pode deturpar de vez a intenção do diretor, mas não mais do que o fazem os críticos de cinema no Brasil.