Clique Porta-curtas Petrobrás - Nestes links, o internauta tem acesso a filmes de curta-metragens - até 30 minutos - que tem relevância para o debate em sala e também extrassala de aula. Já na coluna à direita abaixo há uma seleção de vídeos que estão disponíveis no Youtube e também oferecem conteúdo compatível com o programa de História e de Sociologia, bem como, outras áreas afins.

O que é um documentário?

domingo, dezembro 28, 2008

Um bom homem é a história do 'oportunista inocente'

Acabo de assistir ao filme Um bom homem, ou em inglês apenas: Good.
O filme é ambientado na Alemanha nazista com episódios que antecedem a II Guerra Mundial, mas que chegam até 1942 quando a caça a: judeus, comunistas, gays, negros, pessoas com deficiência física e/ou mental já é conhecida do mundo.
Neste período que antecede o genocídio, um professor de literatura é cooptado rapidamente pelo serviço de inteligência, a mando de Goebbels, o Ministro da Propaganda de Hitler. O motivo: um livro ficcional cujo personagem central defende a eutanásia como forma de eliminar a dor da esposa querida. Mas o filme não se perde neste debate. Trata-se apenas do mote inicial. O cerne é mostrar como uma criatura aparentemente despolitizada é aproveitada pela política nazista e como a cooptação pôde/pode ser promovida sem o completo convencimento ou aceitação da realidade: a política de extermínio dos "não-filhos da raça ariana". O personagem é aparentemente um inocente surpreendido pela incompreensão quanto à abordagem literária de sua obra. Mas pouco a pouco vai sendo tragado pelas benesses e vai se comprometendo até um pouco além da alma com a política hitleriana.
É um enfoque inteligente. Direção de um brasileiro: Vicente Amorim.

quinta-feira, julho 17, 2008

Do outro lado é poesia trágica

À margem do Paraíso só restam lembranças ternas...


Um filme com um enredo comum. Um homem que procura uma prostituta, e que lhe faz uma proposta: morar com ele em troca de uma pensão, três mil euros. Uma prostituição para um único homem.... Uma ex-prostituta que morre. O filho do homem que se casou com a ex-prostituta não perdoa o pai. E vai atrás da história da mãe que apenas queria que sua filha estudasse. Pitoresco só até aí. Na verdade, não há nada de mais belo que mostrar os descaminhos da vida... as peripécias do improvável. Os nossos tortuosos dilemas e as perdas irreparáveis de verdade. Do outro lado... pode ser compreendido como Do outro lado de nossas almas. Quando o arrependimento e a insegurança vêm à tona. Quando a provável covardia da velhice se encontra com a saudável ousadia da juventude.

quinta-feira, junho 19, 2008

Antes que o diabo saiba que você está vivo

Tudo que você esperava assistir em Onde os fracos não tem vez está explícito em Antes que o diabo sabia que você está vivo. Sim, a película é uma crítica da deterioriação da família estadunidense

sábado, fevereiro 23, 2008

Todos contra Zucker

Uma ótima comédia alemã, um pouco previsível, mas nada que afete a ida ao cinema. Vale a pena. Sensível história familiar de pessoas que se amam embora vivam distantes.

Desejo e Reparação é antítese do sacal e fora de propósito Onde os fracos não têm vez

Desejo e reparação é um destes filmes de alguém que pensa constantemente no vaivém da vida, desde suas mais remotas memórias até o momento em que algo acontece e desloca nossos planos para o limbo do inconsciente.
Já nem me interessa se este filme vai ganhar o OSCAR, interessa que este ó filme para quem gosta das lembranças, para quem sabe o quanto elas pesam. Para quem sabe que nos menores atos e atitudes pode residir a essência da vida das pessoas. Desejo e Reparação nasce nostálgico, sem ser piegas. Todos temos histórias como aquela.
Já o desgosto do cinema deve estar na figura destes dois irmãos idolatrados... Que tragédia. Ou será jabá da distribuidora?
Um psicopata em busca do dinheiro. Um retrato dos Estados Unidos e de seu povo paranóico. Ou será jabá da distribuidora? Um talento tão incompreensível que só o tempo altera? A forma burra do cinema estadunidense se aproximar do europeu? Ou será jabá da distribuidora?
O filme é de uma estupidez atroz.

4 meses, 3 semanas e 2 dias é um presente para os cristãos

Filme é um engodo inverossímil que serve bem ao propósito da Igreja Crista (católica e protestante) em fazer sua campanha mundial contra o aborto. O filme é no mínimo, sendo muito compreensiva, uma pérola do quilate de Tropa de Elite com sua proposta para lá de oportunista e ambúgua de mostrar a cara da polícia. Só classe média não conhece a cara da polícia. E só algo que está muito longe do aborto clandestino para fazer um filme como este. Vejamos. Não se trata aqui de atuação ruim. De forma alguma, mas de fatos sem base real. Ninguém faz um aborto como este da forma como foi feito e sai da situação como alguém que apenas se sentiu mal por ter comido algo estragado.
Este é mais um dos enganos que ninguém percebe. Ele é sutilmente reacionário, como: Obrigado por fumar, com sua moralzinha delirante e relativista.
Em suma: um abuso da confiança da platéia.

O Signo da cidade

Está escrito que um bom argumento pode render ótimos filmes, mas o que acaba por garantir o êxito é mesmo a interpretação. Assim com um poema mal declamado perde seu encanto, um argumento mal explorado, mal dirigido: fica à deriva. Assim é O Signo da cidade.
A cidade de São Paulo é o personagem que engole, mas dá alento. O problema é que a cidade só tem vida se as pessoas que estão abrigadas em seu interior também tiverem. E nisso o filme se perde. Os personagens, não todos é verdade, parecem querem ganhar vida, mas não conseguem... naufragam na má direção.

A garota que acaba de passar por um aborto é tão convincente quanto alguém que acaba de sair de uma rave. É muito falsa sua atuação. É vergonhosa, mesmo para quem não é ator. Aliás, era tão falsa que cruzei com a atriz hoje pelo centro de São Paulo e ela estava com a mesma cara de quando tinha acabado de fazer o aborto no filme. Uma penas... tantas atrizes ótimas.

O cafajeste é vivido por um ator tão ruim que deveria mesmo é ter ficado fazendo ponta nos programas de telecurso 2000.

Mas há momentos verossímeis...

Demorei a escrever para não ser demolidora, mas vejo que a opinião não foi impressionista.

domingo, janeiro 06, 2008

Cinema (francês) fácil e bom, e cinema brasileiro bem feito



Na linha, vamos ao cinema para encontrar respiro para a alma, Conversas com meu jardineiro vem bem a calhar. Um filme bom e fácil. Profundo, simples e que dispensa o fástio que tem dado linha a alguns filmes franceses. Alguns, não todos, muito embora haja excesso naqueles que enveredam por tal caminho.

Outra opção para entretenimento é Meu nome não é Johnny com Selton Mello, sempre ótimo, interpretando um personagem real que conseguiu se safar de penas cruéis aplicadas aos traficantes.
Não há nenhuma relação com o filme de José Padilha, ainda bem, e a direção tem clareza que o fato de ser branco de classe média fez a diferença no destino real do protagonista. Não há moralismo, mas a idéia do bom garoto que não agiu com truculência pode parecer uma opção, que sabe-se não existe. É o famoso pacote. Tem de comprar tudo, sem flexibilizar. É certo que o tráfico mudou em uma década e meia, mas andar desarmado deve ter sido para bem poucos.
Selton Mello é genial, mas sua atuação em O Cheiro do ralo ainda é antológica.
Gislene Bosnich