Clique Porta-curtas Petrobrás - Nestes links, o internauta tem acesso a filmes de curta-metragens - até 30 minutos - que tem relevância para o debate em sala e também extrassala de aula. Já na coluna à direita abaixo há uma seleção de vídeos que estão disponíveis no Youtube e também oferecem conteúdo compatível com o programa de História e de Sociologia, bem como, outras áreas afins.

O que é um documentário?

domingo, julho 29, 2007

Merten pergunta: O que há com o cinema brasileiro?

Eu penso que uma parte dos filmes está fadada a ter público pequeno, como escreveram alguns. Mas é certo que assistindo à Cinema, Aspirinas e Urubus e O Céu de Suely, pensei: realmente não consigo entender a crítica. Variações sob o mesmo tema. Cinemazinho pueril. O Lobão, que eu não tenho apreço, mas que vive falando do jabá das rádios, deveria mencionar também o jabá dos filmes. Porque só trabalhando com esta premissa é possível compreender porquê há belíssimos comentários tão distantes da realidade inócuo de alguns filmes.Heitor Dhalia sim, vem fazendo cinema de qualidade. Assim foi com Nina e assim é com O Cheiro do ralo.Pequena Miss Sunshine, bem antes de virar cult movie, mostrou-se um destes filmes que têm potencial e vai se estendendo de maneira despojada sem precisar atrair multidões na primeira semana.Tem outro detalhe. Há tantos atores e atrizes maravilhosos no Brasil e de repente a gente só vê a cara de três ou quatro, que nem são assim tão bons e que, aliás, são tão repetitivos. Os diretores, assim como os cantores, poderiam ser mais ousados e trabalhar com gente boa e desconhecida ao invés de colocar as carinha globais, algumas com talento sim, mas outras: um cheiro de lençol vulgar no ar. Em busca da vida (foto), um filme chinês, é tão lento e ainda sim belo, porque - apesar de quase beirar um documentário - trabalha com sentimentos humanos qualificados pela interpretação dos atores e atrizes, e não caretas e clichês globais, no sentido mais amplo do termo.

Lula: o novo homem da armadura de ferro?


Ao contrário do discurso dos ditos petistas, progressistas, lulistas de plantão, a mídia não quer depor Lula. Lula é um homem conveniente, não o ideal, mas o conveniente para levar a cabo a cruzada contra os direitos dos trabalhadores, enganando e mascarando a vilania das reformas. Sucateia o público, enquanto diz que não quer privatizar. Arrebanta as universidades públicas enquanto desvia verba para os PROUNI´s "inclusivos". Amplia a idade mínima para aposentadoria e oficializa a precarização com suas emendas que implodem com direitos trabalhistas conquistando a duras penas.

Mas a megavaia do Pan, no estádio do Maracanã, e a vaia que vem tomando por todo o país, não escondem que Lula está começando a se desgastar com o povo que o elegeu. Se o mensalão não foi a gota d´água, como pensávamos, o crime do sucateamento do espaço aéreo, recheado de outras corrupções, parece que desencadeou o desgaste. Afinal, a comoção da tragédia do vôo da TAM, em São Paulo, é mais palpável pelo povo, assim como, a chacina no morro do Alemão, no Rio de Janeiro.

Se antes o trabalhador mais humilde tinha dificuldade em fazer a relação entre mensalão e desvio de verba para investimento público, agora ele vê o resultado concreto da ausência de políticas públicas e o resultado explícito tanto do sucateamento quanto da privatização. As companhias aéreas deveriam ser estatizadas. Mas também deveríamos restituir a antiga e velha malha ferroviária, agora potente, não poluente e viabilíssima em função da vastidão do país.
Por tudo isso, é que prontamente providenciaram uma pesquisa para medir a popularidade de Lula. Afinal, vem reforma pela frente...(confira matéria do Estadão)

Lula está desmoronando sim. A queda é lenta, mas é queda. E o tombo há de ser grave. Se as lutas vierem. Que venham as lutas!!!

''Pesquisa não revela ameaça à popularidade de Lula''
Rosa Costa, BRASÍLIA

O desgaste do governo federal com o apagão aéreo será tanto maior quanto mais tempo o setor ficar sem soluções concretas e a crise permanecer nas manchetes dos jornais. Mas a figura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por causa do tipo de público que usa transporte aéreo, tende a ser protegida.As avaliações são do diretor do Instituto Vox Populi João Francisco Meira, que, em entrevista ao Estado, revela que foi feita pesquisa em São Paulo, três dias após o acidente com o avião da TAM, no cenário da tragédia. "Os resultados não ameaçaram a popularidade do presidente na capital. Houve uma queda, mas não muito grande", afirma, sem dar mais detalhes. Meira não vê relação entre as vaias ao presidente e o apagão aéreo, apesar de assessores petistas terem entendido a reação como uma resposta ao caos nos aeroportos. Avalia que o colapso na aviação repercute menos contra Lula do que o quase apagão elétrico no governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), que atingiu toda a população. "Embora seja um meio de transporte usado pelas classes A,B e C, a aviação está longe de ser um transporte de massa."O senhor vê relação entre as vaias ao presidente Lula na abertura dos Jogos Pan-Americanos e no Nordeste e a crise do apagão aéreo? Aplaudir ou vaiar é do jogo. Vaia no Rio tem um sentido cultural, não tinha ainda nenhuma implicação maior. E nos Estados é um gesto de funcionários públicos em greve e de estudantes fazendo manifestações.Essas vaias vão ter reflexo na próxima avaliação da popularidade do presidente?Já ouvi vaias ao Juscelino, ao Jânio, ao Jango, já ouvi vaias para todos os presidentes. Só não tomou vaia quem nunca se expôs ao público, como os dirigentes da ditadura militar. Alguns foram até aplaudidos. Vaiar ou aplaudir é do jogo da política. O que não quer dizer que os níveis de popularidade do presidente são imóveis. Há amplos setores da opinião pública que, hoje, não estão contentes nem com o presidente nem com o governo. A que o senhor se refere quando fala em amplos setores? Além de relevantes estatisticamente, são pessoas que têm capacidade de expressar esse descontentamento, têm acesso aos meios de comunicação e, portanto, são capazes de sinalizar esse descontentamento de uma forma mais expressiva. Isso pode, com o tempo, se disseminar. Mas isso tudo é relativo porque também o governante e o governo reagem a isso tomando medidas aqui e ali em função dessas coisas. Há uma dinâmica aí que nem sempre é muito previsível. Não quero dizer que vai ficar assim, o que eu quero dizer é que vai demorar a mudar e não será por esses indicadores que hoje estão aí, que são insuficientes.O acidente com o Airbus da TAM, que expôs ainda mais a crise aérea, afetará a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva?Essa hipótese não está provada nem negada. Não existem ainda dados consistentes a respeito disso. A única evidência foi uma pesquisa feita na cidade de São Paulo três dias após o acidente, no cenário do acidente, com a população extremamente impactada com isso. Mesmo assim, os resultados não ameaçaram a popularidade do presidente na capital; houve uma queda, mas não muito grande. A questão do acidente em si provoca comoção, emoções, sentimentos fortes, mas não necessária e diretamente contra o governo.Se a crise continuar, com os aeroportos superlotados, a classe média sem condições de planejar viagens, isso pode reduzir a popularidade do presidente? Acho que a popularidade pessoal do presidente está ligada à capacidade percebida de resolução de problemas que começam com as desigualdades sociais, que passam pela questão da estabilidade econômica, do desenvolvimento e questões específicas como criminalidade, saúde, habitação, questões de infra-estrutura, inclusive a crise aérea. A avaliação que o eleitor faz é ampla e leva muitas coisas em consideração. Evidentemente que, se esses problemas da infra-estrutura e do sistema aéreo continuarem nas manchetes como algo que incomoda e sem solução à vista, isso cria o desgaste, não a ponto de desestabilizar o governo, mas é claro que cria o desgaste.O senhor nota alguma relação entre o apagão aéreo e a crise no sistema elétrico que abalou a popularidade do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso? São coisas muito diferentes, os públicos atingidos são completamente diferentes e os efeitos são muito diferentes também. Eu acho que nós temos aí duas questões: primeiro, não temos, ainda, dados suficientes para medir direito os efeitos da crise aérea. Nessas circunstâncias, sob forte comoção, não é recomendável você fazer pesquisas e tirar conclusões que possam ser duradouras. A crise do setor elétrico atingiu todos, praticamente 100% da população. Já no transporte aéreo, embora seja hoje um meio de transporte amplamente utilizado pelas classes A, B e C, está longe de ser um transporte de massa que atinja a população do País como um todo, inclusive do ponto de vista da dispersão. Está muito concentrado em um certo número de cidades. Então, atinge de forma direta uma parte muito menor da população.Há no País outro governante que tenha conseguido manter esse distanciamento entre a sua figura e o governo, em questão de avaliação pública? Do ponto de vista de pesquisa de opinião pública, dificilmente, porque nós não temos uma trajetória assim tão longa. Nos presidentes pós-democratização certamente as relações entre presidente e governo ficavam muito evidentes. Eu vejo uma diferença em relação ao presidente Fernando Henrique, que era uma coisa meio contrária, as pessoas não gostavam muito dele, mas gostavam do governo. Acabou acontecendo o inverso. A popularidade dele era menor do que o governo. Esse descolamento - um presidente bem e um governo mal - não me recordo em termos de pesquisas de alguma coisa parecida.Há com quem se comparar em outros países?Há um caso, talvez, parecido. Acho que o presidente Lula lembra um pouco a figura de Nelson Mandela (ex-presidente da África do Sul). Ele teve seus problemas, um governo complicado, e no entanto ele se manteve. Uma coisa interessante é que, tendo chance de disputar a reeleição, preferiu não fazê-lo. Então tem hoje uma autoridade moral e política na África que ultrapassa os limites de seu país.O senhor acredita que seria diferente se ele tivesse mais um governo? O fato de ele não ter disputado a reeleição foi uma questão política interna. Ele tinha controle e ascendência sobre seu partido, mas preferiu agir assim. Eu não diria que Lula errou ao se candidatar à reeleição, mas os problemas que isso gera são de quem está há muito tempo no poder. FRASES"Embora seja um meio de transporte usado pelas classes A, B e C, a aviação está longe de ser um transporte de massa" "Já ouvi vaias ao Juscelino, ao Jânio, ao Jango, já ouvi vaias para todos os presidentes. Só não tomou vaia quem nunca se expôs ao público, como os dirigentes da ditadura militar""A crise do setor elétrico atingiu todos"."A questão do acidente em si provoca comoção, emoções, mas não necessária e diretamente contra o governo"Quem é:João Francisco MeiraCientista político, diretor do Vox Populi. Foi analista e consultor em todas as campanhas presidenciais, desde 1989.Integra a diretoria da Abep, Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa.

domingo, julho 22, 2007

Medos... e Um lugar... são complementares



Não se pode perder uma oportunidade como essa: a de assistir a dois filmes bons e complementares. A crítica 'serena e sensata' talvez não apoie esta opinião, mas a verdade é que Medos privados em lugares públicos e Um lugar na platéia têm uma forte atração: a busca pelo prazer de viver, escondendo os bichos para debaixo do tapete, até que eles não possam mais ficar lá ... e então, venham à tona. Recalcados ou abertamente expressos.