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O que é um documentário?

domingo, outubro 21, 2007

Ateus, uni-vos em nome da vida terrestre, a única que existe







Michel Onfray voltou. Pela mesma editora Martins Fontes. Voltou, como sempre, levantando polêmica. Agora, em torno de um debate que também sempre volta à tona: a religião como capacidade de salvar a Humanidade.
Logo no início, Onfray é categórico:
" Em nenhum lugar desprezei aquele que acreditava nos espírtios, na alma imortal, no sopro does deuses, na presença dos anjos, nos efeitos da prece, na eficácia do ritual, na legitimidade das encantações, no contato com os loas, nos milagres com hemoglobina, nas lágrimas da Virgem, na ressureição de um homem crucificado, nas virtudes dos cauris, nas forças xamânicas, no valor do sacrifício animal, no efeito transcedental do nitro egípcio, nas moinhas de preces. No chacal ontológico. Em nenhum lugar. Mas em toda parte constatei o quanto os homens fabulam para evitar olhar o real de frente. A criação de além-mundos não seria muito grave se seu preço não fosse alto: o esquecimento do real, portanto a condenável negligência do únicomundo que existe. Enquanto a crença indispõe com a imanência, portanto com o eu, o ateísmo reconcilia com a terra, outro nome da vida".
Uma boa leitura pode sossegar uma alma até o próximo confronto com a realidade.
Trecho de entrevista concedida ao repórter da Folha, Alcino Leite Neto:
"Folha - Com o projeto da Universidade Popular, o sr. não tem receio de ser chamado de populista?
Onfray - Não, pois popular é o contrário de populista. Ter preocupação com o povo nos dispensa de praticar a demagogia. Hoje, o povo —as pessoas modestas— fica em geral esquecido, e é a extrema direita que acaba se ocupando dele. Eu acho que a esquerda precisaria reencontrar o sentido do grande número. A chegada do [líder de extrema direita] Jean-Marie Le Pen ao segundo turno das eleições presidenciais na França é como o caso Dreyfus [processo judicial que marcou a França do séc. 19 por seu anti-semitismo]. É preciso deixar de ficar em seu canto, ralhando contra as pessoas que votaram em Le Pen e reprovando-as pela má escolha. Se temos vontade de esclarecer as pessoas, temos de ir à luta. Eu me sinto mais útil fazendo esse trabalho na Universidade Popular do que num liceu".