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sexta-feira, março 30, 2007

Era uma vez nos campos do Senhor

Incrível... Cadê a Justiça que deixou a doméstica que roubou um pacote de manteiga seis meses presa na cadeia? Cadê a justiça comum dos pobres. Agora Henry Sobel foi mal entendido. Façam-me o favor...


Prisão do rabino choca comunidade judaica de São Paulo

Membros da comunidade acreditam que notícia pode manchar imagem da religião
Bruno Paes Manso e Rodrigo Brancatelli
SÃO PAULO - A divulgação da prisão do presidente do rabinato da Congregação Israelita Paulista (CIP), rabino Henry I. Sobel, chocou a comunidade judaica de São Paulo. O rabino foi detido na última sexta-feira, 23, em Palm Beach, nos Estados Unidos, acusado de ter furtado quatro gravatas de lojas de grife.
Há um consenso entre os membros da comunidade de que a notícia pode chegar ao ponto de manchar a imagem da religião no País. "Essa história está muito estranha, duvido que o rabino tenha feito uma coisa dessas", diz o também rabino Schmulosher Begun, que dá aulas sobre religião e história de Israel no Colégio Hebraico-Brasileiro Renascença, no bairro de Santa Cecília.
"A imagem do Sobel é importantíssima para a comunidade. Tanto que pessoas de má-fé podem usar essa informação para tentar rebaixar os judeus em São Paulo. É uma situação muito estranha para nós. Isso pode exacerbar preconceitos contra a comunidade judaica."
O momento é delicado para a comunidade e todas as pessoas ouvidas pelo Estado pediram para que o jornal esclarecesse que suas declarações foram feitas com base em informações divulgadas na imprensa americana. Eles se disseram chocados com a notícia e afirmaram que esperam a confirmação do próprio rabino Henry Sobel antes de acreditarem na veracidade da história.
Para piorar o mal-estar, o episódio ocorre às vésperas do Pessach, a Páscoa Judaica, que celebra a libertação do povo judeu da escravidão no Egito. As comemorações do Pessach começam na segunda-feira, 02.
Claudia Costin, ex-secretária de Cultura do Estado de São Paulo, disse que o fato de alguém cometer um erro não deve apagar o restante de sua biografia. Claudia lembra um momento marcante na atuação política de Sobel na comunidade judaica brasileira, em fevereiro. O momento era desfavorável à comunidade judaica. O presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, havia dado declarações de que o holocausto era uma ficção. Depois teve encontros com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Ambos estreitaram as relações políticas.
Foi marcada a cerimônia religiosa do Dia da Recordação das Vítimas do Holocausto. Sobel articulou a vinda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o evento. Depois do ato, Lula fez declarações criticando os que haviam duvidado da história. "Ele sempre teve uma representação política ativa e positiva para a comunidade judaica brasileira. Acho que sua biografia não pode ser esquecida, mesmo que ele tenha errado".
O jornalista Norman Gall, diretor do Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial, disse que conhece Sobel faz 30 anos e que o considera um homem de grande sensibilidade e compaixão. Diz que todos estão sujeitos a momentos ruins e a fraquezas. Segundo Gall, caso o episódio se confirme, ele acredita que o rabino estava passando por um desses momentos complicados. "Todos passam por situações difíceis. Não imagino o que possa ter acontecido, precisamos ouvi-lo."
Amigos mais próximos do rabino, como o diretor-presidente do Hospital Israelita Albert Einstein, Cláudio Luiz Lottenberg, preferiram não emitir opiniões até ouvir a versão de Sobel. Outras seis pessoas ouvidas pela reportagem disseram que não iriam comentar até haver uma posição oficial da Congregação Israelita Paulista, comunicada na noite de quinta-feira, 29. "É uma situação muito delicada para falar qualquer coisa no calor dos acontecimentos", diz o rabino David Weitman.