A farsa da escolha alegre os miseráveis
Jesus não tem dentes no país dos banguelas. Jesus não tem dentes no país dos banguelas. A burguesia fede... enquanto houver burguesia não vai haver poesia. Polícia pára quem precisa... Não não vamos pagar nada é tudo free... tá na hora... é tudo free... vamô embora.
Bilhões lavados em estádios... e o povo comendo farelo sem precisar de dentes... e o povo vendo imagem sem precisa ler letras, mas também sem saber ler ícones.
Este blog já sofreu inúmeras transformações. Foi criado como espaço de críticas de filmes. Depois agregou pequenos comentários sobre algum fato da situação nacional ou internacional. Também teve crítica de teatro, apenas duas, mas teve. E agora será utilizado novamente com o princípio norteador do cinema. Ora trazendo comentários sobre filme, mas sobretudo armazenando vídeos relacionados ao conteúdo didático do jovem.
Clique Porta-curtas Petrobrás - Nestes links, o internauta tem acesso a filmes de curta-metragens - até 30 minutos - que tem relevância para o debate em sala e também extrassala de aula. Já na coluna à direita abaixo há uma seleção de vídeos que estão disponíveis no Youtube e também oferecem conteúdo compatível com o programa de História e de Sociologia, bem como, outras áreas afins.
- 10 Centavos - 19 minutos
- A Pessoa é para o que ele nasce - 7 minutos
- A obsolescência programada - A História da duração das mercadorias, da geração do consumismo
- Ilha das Flores - 13 minutos
- Lota Macedo Soares - A paisagista e urbanista que criou o Parque do Botafogo
- O Dia que Dorival encarou o guarda - 12 minutos
- Vidas no lixo - 15 minutos
O que é um documentário?
quarta-feira, outubro 31, 2007
Quando o acaso gera um boa surpresa

DRUM é uma revista dirigida por brancos em que homens negros talentosos escrevem matérias de entretenimento. Até que a esposa de um dos jornalistas resolve cutucar: - Esta não é a África do Sul que se vê pela janela. É o estopim da virada... da descoberta da verdadeira matéria jornalística, que também está perdida em algum verbete das enciclopédias. Das denúncias de escravidão, de maus tratos prisionais, de prisão sem razão, da desapropriação e expulsão de negros para a periferia. O filme mostra mais: a lei de imoralidade: quando negros namoram brancos. tudo é tão escandoloso e tão próximo. Sempre se pensa em barbárie para algo volumoso do ponto de vista de vítimas e de brutalidade, mas a barbárie está disseminada, próxima e ganhando volume. O filme retrata uma situação pré-prisão de Mandela.

O título do filme é uma referência a Hamlet e Willian Shakespeare. A última cena.
HAMLET: Morro, Horácio. O veneno me domina já quase todo o espírito. Não posso viver para saber o que nos chega da Inglaterra. Contudo, profetizo que há de ser escolhido Fortimbras. Meu voto moribundo é também dele. Dize-lhe isso e lhe conta mais ou menos quanto ora aconteceu... O resto é silêncio.
sexta-feira, outubro 26, 2007
Um quê de tristeza


A guerra civil que corroeu a ex-Iugoslávia dirigida pela fascista Sérvia e que transformou completamente a fisionomia do lugar após a separação de Croácia, Bósnia-Herzegovna, Eslovênia, Macedônia, e, finalmente, Montenegro e Sérvia, está lá subentendida, nas entrelinhas; numa frase, pequena, sentida, remoída.

São os casos de Treseta, Encarando o Dia e Armin. Os bósnios são o trapo e os sérvios aqueles a quem se deve engraxar o sapato. Os croatas oscilam entre o centrismo da submissão aos últimos e o compartilhamento da opressão aos primeiros.

domingo, outubro 21, 2007
Ateus, uni-vos em nome da vida terrestre, a única que existe
Michel Onfray voltou. Pela mesma editora Martins Fontes. Voltou, como sempre, levantando polêmica. Agora, em torno de um debate que também sempre volta à tona: a religião como capacidade de salvar a Humanidade.
Logo no início, Onfray é categórico:
" Em nenhum lugar desprezei aquele que acreditava nos espírtios, na alma imortal, no sopro does deuses, na presença dos anjos, nos efeitos da prece, na eficácia do ritual, na legitimidade das encantações, no contato com os loas, nos milagres com hemoglobina, nas lágrimas da Virgem, na ressureição de um homem crucificado, nas virtudes dos cauris, nas forças xamânicas, no valor do sacrifício animal, no efeito transcedental do nitro egípcio, nas moinhas de preces. No chacal ontológico. Em nenhum lugar. Mas em toda parte constatei o quanto os homens fabulam para evitar olhar o real de frente. A criação de além-mundos não seria muito grave se seu preço não fosse alto: o esquecimento do real, portanto a condenável negligência do únicomundo que existe. Enquanto a crença indispõe com a imanência, portanto com o eu, o ateísmo reconcilia com a terra, outro nome da vida".
Uma boa leitura pode sossegar uma alma até o próximo confronto com a realidade.
Trecho de entrevista concedida ao repórter da Folha, Alcino Leite Neto:
"Folha - Com o projeto da Universidade Popular, o sr. não tem receio de ser chamado de populista?
Onfray - Não, pois popular é o contrário de populista. Ter preocupação com o povo nos dispensa de praticar a demagogia. Hoje, o povo —as pessoas modestas— fica em geral esquecido, e é a extrema direita que acaba se ocupando dele. Eu acho que a esquerda precisaria reencontrar o sentido do grande número. A chegada do [líder de extrema direita] Jean-Marie Le Pen ao segundo turno das eleições presidenciais na França é como o caso Dreyfus [processo judicial que marcou a França do séc. 19 por seu anti-semitismo]. É preciso deixar de ficar em seu canto, ralhando contra as pessoas que votaram em Le Pen e reprovando-as pela má escolha. Se temos vontade de esclarecer as pessoas, temos de ir à luta. Eu me sinto mais útil fazendo esse trabalho na Universidade Popular do que num liceu".
Para conhecer um pouco mais sobre o filósofo:
Para conhecer mais sobre a Universidade Popular criada por ele:
Para os professores:
segunda-feira, outubro 08, 2007
Um dia, no verão está amarrado do começo ao fim

Não são os atores nem tampouco as atrizes. O caso é que a peça Um dia, no Verão não engrena nem por decreto. É provável que seja o texto... pré-existencialista numa era pós-tudo. Embora o indíviduo seja a base do existencialismo parece não haver espaço para este tipo de aprisionamento em que o personagem de Silvia Buarque e Renata Sorrah se revezam. É uma dor incompleta, que não se deixa extravasar, mas não sei se pelo texto. Pode ser a direção. Talvez mais habituada ao cinema, Monique Gardenberg não tenha se afinado com o palco.
Os aplausos existiram ao final do espetáculo porque a crítica destruiu todos a exceção de Sorrah. Vários artigos debocharam da atuação de Silvia Buarque e de Gabriel Braga Nunes. Mas, repito, não são eles. Então, os aplausos, principalmente para quem pode ver o olhar de Silvia, pareceram de alívio, de compreensão.
No palco, tudo é sempre mais difícil.
domingo, outubro 07, 2007
Aborto: descriminalizar já

Cartaz durante passeata do Dia Internacional de Descriminalização do Aborto, 28 de setembro.
Avenida Paulista. São Paulo, Brasil.
"Eu aborto, tu abortas, somos todas clandestinas". (entidade feminista)
Já passou da hora do aborto ser legalizado no Brasil. Inúmeros são os casos de abandono de crianças envoltos em muita perversidade, e, em geral, a sociedade criminaliza esses atos tomada pelo impacto do iminente assassinato, como na história da recém nascida, Michele, de Belo Horizonte, Minas Gerais (outubro/2007). Se essas mulheres tivessem acesso ao aborto em hospitais públicos nada disso aconteceria. Mas tudo está encoberto pelo falso moralismo da Igreja amparado pela ideologia da morte ao inocente que nem nasceu, mas já tem vida, e, portanto, direito. 

A sociedade debate argumentos desconexos, mas - amparada pela ideologia capitalista - não chega ao cerne do problema; crianças morrem mais cedo ou mais tarde porque muitas mulheres estão impedidas de exercer seu pleno direito sobre seu próprio corpo.

Vale citar até mesmo um site gay português que, embora ainda jogue a decisão para os pais da criança, leva o debate de forma objetiva e sem leviandade. http://gay.blogs.sapo.pt/120373.html?replyto=422453
Entre os meios repressores, existem exceções como: Católicas pelo direito de decidir e outras, como a Agência de Informação Frei Tito para a América Latina - Adital - que menciona o número de mortes entre mulheres que não tiveram acesso ao aborto legal. Acesse:http://www.adital.org.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=13910)
segunda-feira, outubro 01, 2007
Exploração dos imigrantes é o fundamental de Nação fast food
Filme estadunidense é permeado de defesas contestáveis (como a do Greenpeace) e incorpora levemente o documentário The Corporation, mas não custa (quase) nada assisti-lo.
Por menos que se espere, é verdade que sempre se espera algo de um filme estadunidense que pretende denunciar o que quer que seja. Imagine adentrar a vastidão de possiblidades do mercado alimentício. Temas e subtemas vêm à tona. Nação fast food não vai entrar para a história por isso, mas talvez por aquilo que menos tenha querido introduzir como debate: o nível de exploração cada vez mais sórdido dos imigrantes mexicanos, aliás, em especial, das mulheres. Algo do que se viu em Pão e Rosa, de Ken Loach, explorando mais o submundo real que a consciência política dilacerada pela condição básica da existência: comer.
O sotaque espanhol está ficando cada vez mais audível no cinema estadunidense. Como dizem os mexicanos: "Não somos nós que invadimos as fronteiras, foram eles que a puxaram"; em relação a tomada de terras do México pelos Estados Unidos ainda na segunda metade do século XIX.
Greg Kinnear, o pai bonachão metido a escritor de 10 passos para o sucesso, de Pequena Miss Sunshine, não repete sua atuação, mas Paul Dano - que vive o adolescente que se recusa a falar com a família até ser aprovado como piloto de caças - consegue, com um papel mínimo, chamar a atenção.
Assinar:
Postagens (Atom)