Fazer dinheiro com adoção de crianças está longe de ser uma história inédita, infelizmente. No entanto, presume-se que a miséria esteja acompanhada deste elemento destruidor da humanidade; a venda de um ser humano em troca de uma família e muitos euros. Assim é o enredo de O Pequeno italiano, um filme russo, que para além de tratar do tema da prostuituição, do 'abandono', e da indústria da adoção, explicita todo o desarranjo por que passa a Rússia pós restauração capitalista.
Destruir o stalinismo foi uma das mais importantes tarefas da classe trabalhadora soviética, mas era preciso avançar a revolução política e extirpar a camarilha burocrática que vinha dilapidando o patrimônio público desde o final da década de 60.
O pequeno italiano é uma história que remete a este brutal empobrecimento e aviltamento das virtudes humanas. Ainda resta uma esperança, no filme, contida no personagem do asilo da onde saiu o menino perdido num retorno em busca da identidade e do paradeiro de sua mãe. Este senhor é capaz de resistir ao mercado humano.
O final sugere esperança, mas só para quem vai em busca da sua história, da sua vida.