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domingo, outubro 08, 2006

Glasnot e Perestroika mostram sua face vinte anos depois

Capitalismo: suas "lições" de democracia


A notícia abaixo foi vinculada no site do Estadão e reflete bem o que o capitalismo chama de democracia. É óbvio que os ideólogos da classe dominante vão argumentar que se há um dedo de Putin no assassinato da jornalista que lhe fazia oposição direta - principalmente no que tange à seu trabalho como escritora - deve ser porque ainda há na Rússia um resquício de União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Mas não se trata de resquício algum. Putin usa os artíficios da democracia burguesa à risca, tão à risca que em muito se assemelham ao que o stalinismo produziu destruindo a vida daqueles que queria construir um grande processo revolucionário para a derrubada do capital, como Lênin e Trotsky, e Rosa Luxemburg, e tantos outros que as burocracias exterminaram.
Aliás, nada incompatível com o que fazem seus comparsas-dirigentes de outras nações.


08 de outubro de 2006 - 04:09
Jornalista assassinada acreditava que seus livros eram sua garantia de vida
Ana Politkovskaya era a principal crítica da política do presidente Vladimir Putin

  • EFE


  • MOSCOU - A jornalista russa Ana Politkovskaya, assassinada no sábado em Moscou, considerava que seus livros, com duras críticas ao Kremlin e denúncias a situação na Chechênia eram "uma garantia" para sua vida.

    O corpo da jornalista foi encontrado com quatro marcas de tiros no elevador do edifício em que morava, no centro de Moscou, segundo informações de agências russas. "Ela foi morta na porta de sua casa", disse Dmitri Muratov, redator-chefe do "Novaya Gazeta", jornal para a qual a jornalista trabalhava.

    O promotor de Moscou, Yuri Siomin, anunciou a abertura de uma investigação por "assassinato premeditado" e acrescentou que "a versão que os órgãos de segurança estão considerando é a de que ela foi assassinada pelo cumprimento do seu dever".

    Politkovskaya nasceu em 1958 em Nova York e era considerada a jornalista mais crítica à política do presidente russo, especialmente nos assuntos relacionados à Chechênia e ao Cáucaso Norte.

    Consciente de que sua vida corria perigo, ela disse durante uma entrevista coletiva em Madri, no lançamento de seu livro "A Rússia de Putin", em fevereiro de 2005, que considerava que a publicação dessa obra no Ocidente não era "apenas mais uma etapa do meu trabalho, mas também uma garantia contra qualquer desgraça que possa me acontecer na Rússia".

    "Poderíamos dizer que é a minha proteção", disse Politkovskaya a um grupo de jornalistas espanhóis e russos. Especialista no conflito checheno, a jornalista ganhou notoriedade por ter trabalhado como mediadora no seqüestro ocorrido no teatro Dubrovka de Moscou, em outubro de 2002.

    Liberdade ameaçada
    Politkovskaya afirmou também, ocasião, que trabalhava em um jornal "de oposição ao presidente Putin, o único de oposição ao governo que continua vivo, mas que não sabemos por quanto tempo ainda ficará, porque a liberdade de expressão parece que vai acabar na Rússia".

    Em "A Rússia de Putin", Politkovskaya narra em sete capítulos o que ela chama de "neo-sovietização" da Rússia sob o governo de Putin após sua reeleição em 2003, com um progressivo controle dos serviços de segurança e um enfraquecimento dos procedimentos democráticos.
    Com um estilo ágil e contundente, a jornalista ilustra sua tese com uma série de histórias, muitas delas de jovens soldados que foram vítimas de abusos, má conduta e corrupção de seus comandantes superiores.

    Na entrevista coletiva, Ana Politkovskaya afirmou que tinha sido vítima de uma tentativa de envenenamento no avião no qual tentava chegar à escola de Beslan (setembro de 2004) e disse que a vida na Rússia, na atualidade, "dá poucos motivos para ser otimista".

    Para a jornalista, "enquanto Putin continuar aplicando sua política não há alternativa" para a Chechênia, cuja solução deveria ser, na sua opinião, pela da negociação política e não por via militar.

    Politkovskaya citou três figuras do cenário político russo que considerava importantes para ajudar a oposição a Putin a ressurgir, depois da derrota nas eleições de 2003: Vladimir Rishkov, um jovem que "veio de províncias, da Sibéria, o que é muito importante na Rússia"; o tricampeão mundial de xadrez Gary Kasparov, "uma pessoa que não tem medo de nada", e o ex-primeiro-ministro russo Mikhail Kasianov.

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