
O filme tem o louvor de mostrar porque José Dirceu e Wladimir Palmeira são o que são: traidores, não; verdadeiros mercenários. Mas há boas surpresas de gente honesta, que sabe reconhecer a importância de uma luta, a guerrilha foquista, que, embora equivocada, tinha a vantagem de, como diz Flávio Tavares, fazer com que as pessoas dessem o melhor do que elas dispunham naquele momento: a própria vida.
Imagens do exílio também são outro ponto forte do filme.
O atual ministro Franklin Martins aparece demais, fala demais e mantém a já conhecida impressão que boa parte dos sobreviventes quer passar: a guerrilha agia por improviso. Parece que quanto mais infantil parecer a resistência melhor para "safar" aqueles que a desconsideram e a renegam.
O filme se detém ao seqüestro do embaixador norte-americano e vai bem nesta restrição. Mas a idéia do bar em que os amigos se encontram e só bebem água e tônica é um pouco fraca, pueril demais. Vale mais a coleta dos depoimentos individuais, mas cheios de emoção e de entrega.
De qualquer forma, vale a pena. Sempre valerá a pena desnudar a ditadura.
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