Não estava muito encorajada a ver o filme, porque não aprecie muito Amores Perros e não assiti, por isso mesmo, 21 gramas, mas também pelo que havia se apresentado como crítica. No entanto, ainda bem que não me detive a ela, em especial ao que escreveu o senhor Luiz Zanin Oricchio, de O Estado de São Paulo, que parece viver num mundo apolítico feito só para críticos de cinema que não enxergam um palmo à frente de suas narinas.
Babel, o filme de Alejando González Añárritu, bem que poderia se chamar: Imperialismo. Isto porque traz toda a desgraceira promovida pelos Estados Unidos. E, ao contrário do que dizem os críticos, a história do Japão serve muito bem como metáfora da grandeza frágil do império norte-americano e suas metrópoles parceiras-submissas. Mas para que mencionar tais coisas se em cabeça de crítico tudo pára na estética cinematrográfica?
Mencionamos a propósito de inspirar outros a assistirem ao filme. No México, no Marracos e no Japão, Iñarritu consegue fazer com que os dramas vividos pelos personagens sejam incorporados ao "Sabe com quem está falando?", uma espécie de subimperailismo à brasileira. Mas o drama da mexicana (atriz Adriana Barraza, aliás, magnífica no papel), foi - ao menos na minha sessão - a personagem-situação que mais comoveu a pláteia. Apesar do episódio gerador do incidente com a norte-americana ser fruto de uma imbecilidade, a cena lembra muito bem os acidentes com o jovens dos Estados Unidos, movidos por semelhantes irresponsabilidades.
A comoção gerada pela situação da mexicana e a maneira como é tratada pelos ´soldados' de fronteira indignaram a platéia, ao contrário do tiro que acerta Cate Blanchet e da paranóia que toma conta dos turistas e é ampliada na divulgação da imprensa sobre os possíveis ataques terroristas. Aliás, esta crítica secundária é ótima e evidencia mais uma vez o caráter anti-imperialista do filme.
Vale a pena assitir e não pelo que diz a crítica extraterrestre que habita nosso país, uma serviçal confusa dos Estados Unidos pela boca de uma imprensa oficialista.
Até mesmo o fato de usar Brad Pitt e Cate Blanchet para os papéis de quase-protagonistas pode fazer com que o filme seja visto por mais pessoas e ganhe o status de comercial, levando a crítica mais para adiante, ate o povão que não assitiria à película caso não estivessem presentes Pritt e Blanchet. É certo que o caráter massivo também pode deturpar de vez a intenção do diretor, mas não mais do que o fazem os críticos de cinema no Brasil.
Este blog já sofreu inúmeras transformações. Foi criado como espaço de críticas de filmes. Depois agregou pequenos comentários sobre algum fato da situação nacional ou internacional. Também teve crítica de teatro, apenas duas, mas teve. E agora será utilizado novamente com o princípio norteador do cinema. Ora trazendo comentários sobre filme, mas sobretudo armazenando vídeos relacionados ao conteúdo didático do jovem.
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